Após o post de boa conduta das mulheres, nada como um simpático post sobre Christine de Pizan. Alguém que me acompanhou por todo o meu primeiro semestre, já que ela foi tema de um trabalhinho meu. Mas para falar dela é preciso, claro, voltar à sua época, à Idade Média, aos manuscritos e ao comecinho da literatura. Mas também a um momento em que a noção de autor era muito diferente da que temos hoje. Direito autoral? Como? se a circulação dos textos dependia justamente da sua copia?! Como? se o único a poder criar algo era Deus? De qualquer forma, alguns dos textos dessa época fazem realmente parte da nossa cultura geral: quem nunca ouviu falar de Chrétien de Troyes ou suas histórias em torno da cavalaria, de Lancelot e da Távola redonda?!
Christine de Pizan é conhecida como a primeira escritora francesa que conseguiu viver à partir de sua profissão, mas também uma das primeiras escritoras/escritores a assinar e a organizar de verdade suas obras. De origem italiana, ela vem com o pai para a França e casa com um nobre que acaba morrendo muito cedo. Para sobreviver, ela começa a escrever e organiza um atelier de escrita onde ela faz também a cópia de outros livros.
É com frequência que ela aparece mesmo nas iluminuras dos seus manuscritos, muitas vezes ela está dedicando a sua obra a algum membro da corte ou então em um momento de trabalho. Essas representações, assim como o fato de assinar suas obras, mostram a organização de Christine, mas mais do que isso mostram uma tendência do fim da Idade Média que é a reivindicação da autoridade de uma obra. Mesmo se ela oferece sua obra à Corte, é ela que é representada com o livro entre suas mãos, ou escrevendo.
Além disso, a representação da Corte é importante pois pode ser também uma forma de agradecimento. O fato do pai de Christine ter trabalhado na Corte do rei Charles V, permitiu que ela entrasse em contato com toda a riqueza cultural dessa Corte (que não era acessível a qualquer um), o que lhe possibilitou uma boa formação e condições intelectuais de trabalho.
Christine escrevia tratados de política e de filosofia, mas também poesias e uma temática recorrente em suas obras é a questão das mulheres. Mesmo se muitos estudos apresentam ela como uma grande feminista, estudos mais recentes mostram que, por outro lado, ela nunca questionou a ordem social vigente. De qualquer forma, as mulheres estão presentes nas mais diversas cenas: na construção de uma cidade em La Cité des dames, no meio da cavalaria, na guerra etc.
Iluminuras no Catalogue of Illuminated Manuscripts de la British Library.
mardi 19 mai 2009
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