mardi 28 juillet 2009

17º COLE

Antes mesmo de ter desfeito as malas, parti para Campinas durante uma semaninha para participar do COLE - Congresso de Leitura do Brasil. As manifestações do evento aconteceram de 20 a 24 de julho e contou com a presença de Jean Hébrard, Peter Burke e outros.

Como fiz a minha inscrição no dia, acabei pagando 130 reais para uma participação como ouvinte. No entanto, não entendi a utilidade da minha inscrição já que em nenhum momento tive que provar que estava inscrita (havia um crachá de identificação que não foi exigido em momento algum). Passado o choque do "gastei 130 reais à toa", e pensando que "ao menos fiz o que era certo" o desafio era de seguir a longa rotina do congresso.

As manifestações começavam às 8h30 com um Palestra Nacional, seguiam com Mesas Rendondas, uma pausa para o almoço, o começo da tarde era dedicado a Sessões de Comunicação e o dia terminava com uma Conferência Internacional que começava às 18h e que terminava de acordo com o bom-senso dos organizadores do evento, dos moderadores e do próprio público.

No geral, o congresso foi bem interessante, sobretudo devido à qualidade dos palestrantes, mas alguns detalhes devem ser comentados :

. o público do evento era definitivamente professores do ensino fundamental. Os responsáveis pela formação de uma população leitora? Na minha opinião: também; na deles: com certeza! Quer dizer, tive a impressão de que para uma boa parte desses professores, a solução para o problema da leitura são eles próprios. Mesmo os bibliotecários (aparentemente, o segundo público mais presente) se queixam da invasão dos professores em áreas que supostamente deveriam pertencer a bibliotecários. Detalhe importante : o COLE parece um grande evento, muito esperado pelo público que freta ônibus, vem em grandes grupos, de Goiás, por exemplo, e que estava sempre com máquina fotográfica pronta para registrar todos os momentos.

. os locais das intervenções variavam : ginásio (sim, a arquibancada como num jogo de vôlei) para as grandes palestras (as nacionais e as internacionais), auditórios (os mais confortáveis) para as Mesas-Redondas e salas de aula (de diversas unidades) para as Comunicações.

. as Comunicações consistiam em mini-apresentações de trabalhos e pesquisas realizados. Com duração de 15 minutos cada uma, elas acontecem de forma concomitante em diversas unidades e diversas salas. Ou seja, quem pretende assistir a essas sessões deve enfrentar, antes de tudo, um livro de 650 páginas que apresenta uma programação (um pouco complicada) de tudo o que vai acontecer, lembrando que não adianta escolher uma sessão que é na FE e outra logo depois no IE (é! a utilização de códigos também não facilitava). Além disso, a descrição do livro não explicava qual o nível e o tipo de trabalho apresentado (informação essencial já que qualquer pessoa pode apresentar seu trabalho, basta se inscrever). Com isso, ao mesmo tempo que alguns trabalhos eram muito legais e interessantes, outros acabavam sendo muito simples. O legal é que, de uma forma ou de outra, é uma forma que muita gente encontra de apresentar seus trabalhos.

. os palestrantes que falavam inglês e francês se esforçaram para falar português e serem compreendidos; os que falavam espanhol, falaram espanhol e em nenhum momento tentaram facilitar ou falar português.

. e como não poderia faltar, antes de terminar, o moderador abre para as perguntas do público. E, em muitos casos, mesmo se a palestra já estava bem atrasada, todas as perguntas eram feitas. Sem nenhum filtro, com perguntas que pediam para o palestrante repetir o que ele tinha dito, outras que pediam a solução para todos os problemas do mundo e uma grande parte que perguntava e não ficava para ouvir a resposta. Inclusive, o entre-e-sai era surpreendente! Nunca vi tanta falta de respeito com a pessoa que está apresentando: o público entrava e saía a qualquer momento, falando no celular, conversando... Só não sei se isso é um problema do público ou das palestras intermináveis.

De volta... eu espero!

Depois de terminar todos os trabalhos, colocar um ano dentro de duas malas de 32 quilos, ir pra Madri e pra Marraquexe, voltei pra São Paulo, revi família e amigos, desfiz as malas, arrumei o quarto e nesse meio tempo ficou difícil atualizar o blog. Ainda mais sem o meu querido computador que decidiu se dar umas férias e está com um probleminha de ventilação.

Agora que tudo se acalmou um pouco e só me resta encontrar um trabalho legal (!), acho que vou tentar atualizar as novidades por aqui.