jeudi 30 avril 2009

Um pouquinho de design

A enssib, como normalmente acontece, tem as suas próprias publicações; geralmente obras de professores ou pesquisadores ligados à escola que publicam assuntos ligados ao mundo das bibliotecas, da informação e do livro.

Em busca de uma renovação de sua identidade visual, as Presses de l’enssib chamaram um ateliê gráfico moderninho para fazer o trabalho. A idéia inicial era de fazer algo com mais cor, mais vivo e não austero, mas ainda guardando a seriedade.
A solução encontrada para as duas coleções existentes foram :

1. uma capa que tivesse a foto de origamis,
2. títulos e autores no alto, uma cor forte Pantone para o fundo e, no meio, uma grande letra em relevo (evocando as impressões de livros antigos).

De fato, foram boas escolhas : a escolha de uma só cor e de um elemento de ilustração, nos dois casos, não deixou a capa carregada, mas sim com um visual simples, correspondendo bem ao estilo francês (que, por acaso, é um pouco mais simples e discreto que o brasileiro).

No entanto, eles escolheram uma tipografia bem personalizada (que me agrada!), mas o fato dela ter pequenos detalhes facilmente reconhecíveis faz com que a coleção seja associada à qualquer outra coisa que utilize esse mesmo tipo (já que se trata de uma fonte acessível à todos – sem direitos de exclusividade).

Além disso, o restante da coleção ainda não foi definido. Mesmo que ainda não se saiba quantos livros a coleção terá, acho que é mais lógico e organizado se a agência oferece uma sugestão das cores que devem ser utilizadas futuramente. A coleção deve ser uma obra gráfica em si ter uma coerência de cores bem definidas (essa não definição inicial pode criar algumas dificuldades no futuro).

mercredi 29 avril 2009

E mais dois!!!

Sim, tem muito e muito mais e vou parar por aqui, mas estes sites sao importantes, ou melhor, diferentes :
- retrievr : ele simplesmente procura images no flickr a partir das cores de um desenho que você faz num estilo paintbrush. Util quando você vai, por exemplo, fazer uma capa de livro e precisa de uma vegetacao por causa do assunto, mas precisa que ela tenha alguns detalhes em vermelho para criar um contraste e para combinar com a cor que você vai usar no titulo : é so pintar o quadrinho de verde e fazer umas bolinhas vermelhas.
- archives web : esse site tem arquivos antigos de diversos sites, ou seja, da para descobrir a evoluçao dos sites durante os anos ou simplesmente dar muitas risadas vendo como tudo era muito diferente no começo.

samedi 25 avril 2009

Pela internet...

Recentemente, tive uma aula sobre base de dados, mas que, na realidade, poderia ter sido chamada de “Como fazer uma pesquisa sem usar o google”. Como se isso fosse possível porque já pra procurar os tais sites, eu, particularmente, prefiro digitar uma palavra principal no google do que digitar todo o endereço do site (e correr o risco de errar uma letra e ter que redigitar).

De qualquer forma, essas descobertas de sites com milhões de informações são um pouco assustadoras, mesmo se você tem consciência da imensidão da internet, não da pra ter uma noção do que é. Sempre que você acha algo novo, é uma bela surpresa. Então, com google ou sem google, minha intenção é de partilhar algumas dessas descobertas e ocasionar algumas horas “perdidas” na vida de quem decidir explorar estes sites.

Começando pelo ramo bibliotecas digitais, o natural seria falar de Europeana ou Googlebooks mas como falei delas no post anterior, vou direto para o site da Bnf. Além das exposições virtuais que a biblioteca propõe, o site da sua biblioteca digital, que se chama Gallica, é sensacional : possibilidade de criação de sua própria conta para separar documentos, salvar pesquisas, navegação fácil e disponível em português.

Sobre enciclopédias e dicionários interessantes, temos disponível em um só site o Thresor de la langue française de 1606 e outros dicionários franceses do século XVIII, e em um outro site a Encyclopédie; sim, aquela de Diderot e d’Alembert. Por que isso é interessante? Porque você pode estar lendo alguma coisa escrita nessa época e pode perceber que talvez o sentido de algumas palavras não seja exatamente o mesmo do atual, pequenas sutilezas que enriquecem um texto.

Como base de dados, quer dizer, sites com o conteúdo ou os resumos de artigos publicados em revistas cientificas, colóquios, conferências, etc., o site do CAIRN apresenta o texto integral de 201 revistas de ciências humanas e sociais, parte dele é possível comprar e consultar mas uma outra parte é gratuita (conteúdo em francês). Como esse site, existem tantos outros que, no entanto, pedem um login que as instituições geralmente disponibilizam para os alunos, à partir de consortiums, as faculdades acabam assinando várias base de dados de uma só vez.

Com relação a obras de artes e imagens, o site Joconde apresenta o catalogo das coleções dos museus da França; o que quer dizer que, se você vai ao Louvre, não precisa ficar se matando pra tirar milhões de fotos, que inclusive não ficam boas de jeito nenhum, porque se você quiser ver a Mona de novo, é só entrar nesse site e digitar (justamente) Joconde e voilà a imagem perfeita! O legal é que esse site também informa realmente todas as informações sobre as obras, no entanto, o rosinha claro do fundo não me agrada nem um pouco. Com um fundo preto, mais agradável e muito bonito, tem a Agence de photo da rmn (réunion des musées nationaux), vale à pena visitar.

mercredi 22 avril 2009

Biblioteca Digital Mundial da Unesco

A grande novidade sobre as tais das bibliotecas digitais é a Biblioteca Digital Mundial da Unesco (BMN, World Digital Library). Anunciada como uma das três grandes bibliotecas digitais, junto com Europeana e Google Book Search, ela disponibiliza documentos raros de diversas bibliotecas internacionais (como a Biblioteca Nacional do Brasil).

A nova biblioteca é apresentada em 7 línguas, entre elas o português, o que é realmente útil para o Brasil já que ainda não somos uma referência no quesito bibliotecas digitais. A contribuição brasileira é, por enquanto, de 157 documentos (que são sobretudo mapas e fotos antigas).

Particularmente, achei interessante o modo de exibição do site que vai mais no sentido descoberta, que pode ser explorado por qualquer um, sem que você procure exatamente um livro, permitindo uma visita pelo simples prazer de descobrir. Enquanto que outras bibliotecas digitais partem geralmente de uma pesquisa feita pelo usuário e oferecem alguns percursos de descoberta. Na BNM não existe nem a opção pesquisa avançada, vai de você fazer uma pesquisa geral e depois ir filtrando os resultados pelas opcões que aparecem à esquerda.

E pensar que há uns 3 anos, eu só via como era um livro manuscrito quando um professor levava seu grande livro caro sobre manuscritos e mostrava durante a aula. Agora, é só entrar na internet e ver o que quiser, dando um super zoom em cada detalhe, em cada iluminura.

vendredi 17 avril 2009

BnF

É bizarro que eu tenha demorado tanto para escrever sobre a Biblioteca Nacional da França. A verdade é que ela se tornou algo meio incontornável : boa parte dos professores do meu curso ou trabalham lá e/ou falam de algum assunto sobre ela, ale; disso, agora que consegui fazer a carta anual de graça e como tenho passado algum tempo em Paris, tenho ido com frequência à unidade da rue de Tolbiac.

Sim, porque na realidade a BnF é um grande complexo. Na tal rue de Tolbiac fica a nova biblioteca, inaugurada em 1996, um espaço gigante com 4 prédios em formato de livros abertos onde ficam os livros estocados (últimos andares) e a administração. No meio desses prédios tem um grande jardim e ao redor, dois andares, o primeiro com as salas de estudo para o público em geral (inscritos na biblioteca) e, em baixo, no nível do jardim, a sala destinada para os pesquisadores.

A mudança ocorreu porque o antigo prédio, rue Richelieu, estava ficando pequeno demais, mas a solução não foi bem aceita pelos pesquisadores que acharam que não teriam as mesmas condições de trabalho que na antiga biblioteca, que seriam misturados com o grande público e que teriam problemas devido à separação do acervo, já que uma parte ficaria em Richelieu e a outra iria para Tolbiac. No fim das contas, os pesquisadores ganharam, as coleções não foram dividas e eles têm um espaço bem reservado no novo espaço.

O prédio da rue de Richelieu esta atualmente passando por mudanças e só ontem fui pela primeira vez ver o que é a lendária BnF da rue de Richelieu : um prédio antigo, bem sujo, bem sombrio por fora. A entrada principal esta reformando, mas a nova entrada lateral é muito simpática assim como todo o interior do prédio que atualmente tem salas para exposições e alguns departamentos como o de manuscritos, mapas, fotografias, medalhas e música.

A BnF conta ainda com a Bibliothèque de l’Arsenal, la Bibliothèque-Musée de l’Opéra, os dois também em Paris, a Maison Jean Vilar em Avignon e centros de conservação nos arredores de Paris, todos com funções mais específicas e destinados à um público especializado, abertos ao grande público somente nas Journnées du patrimoine.

jeudi 9 avril 2009

Um pouquinho da edição francesa

Com a publicação de uma nova obra, Edition, presse et pouvoir en France au XXe siècle, Jean-Yves Mollier veio à enssib no começo da semana para apresentá-la. Autor de diversos livros sobre o mundo da edição francesa, ele diz que este livro é uma continuação do trabalho apresentado em L'Argent et Les Lettres. Le capitalisme d'édition 1880-1920.

Com o desenvolvimento dos grandes grupos de comunicação, o século XX, na França, é marcado pela disputa entre Hachette e o Groupe de la Cité (Editis). Concorrência que se definia principalmente à partir do domínio que cada groupo obtinha dos canais de distribuição. O livro ainda aborda o que aconteceu com a edição na época da guerra, durante a dominação nazista, que fez com que fossem definidas listas com os livros que os editores deveriam esconder. Além disso, com a ocupação, os alemães começam a controlar justamente o canal de distribuição da Hachette o que lhes permite de fazer suas informações circularem muito bem por toda a Europa dada a importância das Messageries Hachette.

O fato deste livro envolver assuntos polêmicos e ainda não explorados fez com que certas sociedades e certos jornais nem falassem muito do livro (utilizando a tática do melhor não falar nada do que reclamar, criticar, levantar polêmica e terminar por divulgar o livro). De qualquer forma, o trabalho de Jean-Yves Mollier é muito bem feito contando com a análise de todos os documentos da Hachette, o que lhe permitiu encontrar mesmo alguns problemas de veracidade nos documentos dos arquivos nacionais da França.

Sobre a atualidade, Jean-Yves Mollier comentou as mudanças pelas quais a edição esta passando e disse que no geral a editoras estão se preparando : todos os livros publicados recentemente em papel têm também um arquivo que pode ser disponibilizado para as leituras nos readers, além disso, livros antigos também estão, pouco a pouco, sendo disponibilizados na forma eletrônica. Ele não acredita no fim do livro, mas analisa que cada vez mais começaremos a ler sobre suportes digitais. O que é interessante de pensar é que toda a rede de distribuição de informacões (livros, jornais, revistas, etc), que era tão imporante no século passado, pode vir a perder seu poder com a difusão pela internet.

Jean-Yves Mollier, Alban Cerisier, Où va le livre?, La dispute, 2000, 283 pages
Jean-Yves Mollier, L'argent et les lettres: histoire du capitalisme d'édition, 1880-1920, Fayard, 1988, 549 pages
Jean-Yves Mollier, Edition, presse et pouvoir en France au XXe siècle, Fayard, 2008, 493 pages
Em português : Eliana Regina de Freitas Dutra, Jean-Yves Mollier, Política, nação e edição: O Lugar dos impressos na construção da vida política: Brasil, Europa e Américas nos séculos XVIII-XX, Annablume, 2006, 621 pages

dimanche 5 avril 2009

O manuscrito medieval e algumas peculiaridades

leituraemvozaltaestavalendosobreaformadecomposicaodosmanuscritos
madievaiseaoqueparecenaohaviaseparaçaodaspalavrasenempontuacao
aseparacaodosentidoerafeitaporlinhaparafacilitaraleituraealocalizacao
aleituraeraemvozaltapraticacomumatéoséculoIXoquefacilitavaaleitura
nocasodeumtextocomoesteentaodecidiescreverdomesmojeitoparaverse
defatoaleituraemvozaltafacilitavaeparecequesimmaséinteressantetentar
algumasabreviacoes 9:com 7:e ;:ue ~:nasalizacoes/al~ da falta de letras
9o o j 7 o u q; eram representadas do mesmo ieito q; o i 7 o v p. escrever
mais rapido ocvpar menos espaço 7 o texto ficasse bñ aliñado copistas
vtilizavã ˜ifinitas abreviac~ vtilizadas pra sons nasais palavras 9 grande
ocorrencia e nomes 9o DS diev JHS jesvs K charles XPS cristo ST santo
pontuacaocom o tempo ecom os trabalhos dAristophanedeByzance eda
biblioteca dAlexandria°palavras comecam a se separar euma pontuacao
simples comeca a ser utilizada`. ela mudou muito com o tempo°mas o
ponto final era uma composicao de pontos com traços°a virgula variava
deacordo com o tempo dapausa°mas era geralmente uma pontuacao no
alto ; pontoevirgula e outros sinais foram utilizados de forma variada`.
diagramação : a divisão em assuntos, capítulos e temas era feita com as
letras capitulares e/ou em cores, geralmente vermelha mas também em
azul, destacando temas e itens importantes. Além disso, os comentários
eram muito importantes na diagramação do manuscrito, assim como o
alinhamento de todos os textos da composição, de modo que o copista
utilizava abreviação mas mantinha a composição esteticamente perfeita

vendredi 3 avril 2009

Simplesmente : Alberto Manguel

Sabe quando você descobre algo interessante mas que nunca tinha ouvido falar antes e depois aquilo começa a te perseguir?! Pode ser uma palavra, uma expressão, um livro, um autor... De repente, aquilo que não existia, aparece! Mas não contente em te deixar pensando : “Olha! Descobri! Que interessante!”, aquilo começa a estar em todos os lugares, te levando ao pensamento : “Nossa! Como eu nunca tinha ouvido falar disso antes?! Tá em todos os lugares!”

Bom, isso acaba de me ocorrer! Estava eu consultando a bibliografia dada pelo professor de História do Livro e reparei a presença de uma obra chamada Uma história da leitura, de um certo Alberto Manguel. A primeira reação foi, claro, achar legal e ir procurar o livro : achei! 9,5 euros e minha amiga ainda podia comprar pra mim com desconto : comprei! Mas ela me atentou ao fato de existir um outro livro dele : A biblioteca à noite. Interessante!

Alberto Manguel é argentino mas aparentemente viajou bastante e escreveu esses livros em inglês. Decidi procurar The library at night e a Amazon me vendeu por 14,95 euros (com o frente). Até aí, tudo bem; peguei Uma história da leitura e comecei a ler, interessante, o livro é grande, então sem pressa... Mas enquanto isso, encontrei o monsieur Manguel no site da biblioteca de Lyon, em duas referências de artigos e uma aluna-conservadora citou uma frase dele enquanto discutíamos um trabalho, tudo isso em menos de uma semana!

Caso interesse, também pesquisei os preços dos livros no Brasil. Uma história da leitura, traduzido em português pela Cia das Letras, custa na fnac.com.br 56,2 reais enquanto que o mesmo livro, em francês na mesma fnac.com.br custa (pasmem!) 34,6 reais. Interessante, deve ser uma política de incentivo à língua francesa da fnac (ou uma falta de noção da Cia das Letras) inclusive porque é interessante ter a tradução de um livro em inglês para o francês e não ter a versão original.

mercredi 1 avril 2009

Marca d’água

É, mesmo que a função do word “inserir marca d’água” seja a primeira a vir na cabeça quando falamos de marca d’água, neste caso, me refiro à marca d’água que precisamos colocar contra a luz para ver. Atualmente, sua utilização mais comum está no dinheiro (papel-moeda) e em alguns selos de colecionadores.

Acontece que, até o momento que o papel começa a ser fabricado com máquinas (século XIX), os papéis tinham normalmente marcas d’água que podiam oferecer algumas informações sobre determinado papel.

A marca d’água é uma invenção ocidental, a primeira encontrada é de 1282, uma cruz grega da cidade de Fabriano na Itália. Mas logo depois, é possível encontrar uma grande variedade – de pequenos desenhos, ou mesmo palavras (contremarque) – que podiam informar características e qualidade do papel, fazer uma homenagem a uma personalidade, indicar a origem e a data de fabricação do papel. Mas todas essas informações não são encontradas em todos os papéis, variando de acordo com a sua época de produção.

Os estudos sobre os livros antigos caem geralmente sobre a análise dessas marcas d’água e sobre as informações que elas podem oferecer. Para reconhecer os diferentes símbolos, uma ferramenta importante chama-se Briquet, uma obra publicada em 1907 que contem as marcas d’água com o atelier ao qual ela se refere para os papéis produzidos até 1600.

Para quem tem interesse no assunto ou tem livros antigos em casa e quer se divertir, segue uma pequena sugestão de livros e sites:

Briquet, Dictionnaire historique des marques de papier, 1907.
Gaudriault, Filigranes et autres caractéristiques des papiers fabriques en France au XVIIe et XVIIIe siècles, Paris, CNRS éditions et J. Telford, 1995.
La Chapelle, Le Prat, Les Relevés de filigranes, Watermarks records, I rilievi de filigrane. Paris, La documentation française, 1996.
Mosser, Saffle. Puzzles in Paper, colloque de Roanoke, Virginie, 1996
paperhistory.org, museodellacarta.com, watermark.kb.nl